Este é um livro de duas recusas. Recusa do amor físico, uma; recusa do trabalho, a outra. José Matias, admirável e bizarro conto de Eça de Queiroz, publicado em 1897, narra um anacrónico e aberrante caso de amor platónico.Bartleby, admirável e bizarro conto de Herman Melville, publicado em 1853, narra um anacrónico e aberrante caso de recusa do trabalho.
Aqui, neste Livro do Apocalipse, inaugura-se um género novo, como com a Ilíada se inaugurou o poema épico. Que género é este? Apocalíptico, como diz Helder Guégués no breve ensaio que justifica terem-se juntado, neste livro, o texto que o apóstolo João (foi ele?) terá escrito em Patmos e o texto que sobre esse texto escreveu D.H. Lawrence?
Há bichos selvagens aos saltos na história da literatura. Do cão de Ulisses à baleia de Jonas, os nossos livros fundadores cercam-nos de animais. Neste Livro Amarelo, Mark Twain e Rudyard Kipling fazem de uma rã saltadora e de um heróico mangusto, os protagonistas de dois contos exemplares.
Três textos como três Reis Magos: um conto de Jorge de Sena, A Noite Que Fora de Natal; uma carta, Carta do Pai Natal, que o Pai Natal escreveu à filha de Mark Twain (e que talvez tenha sido, afinal, da autoria do escritor); outro conto, Os Mortos, de James Joyce.
Um livro atravessado por duas ideias de anarquismo. No conto de Fernando Pessoa, o anarquismo é o espantalho que um banqueiro atira ao ar e volta a apanhar.