André Gide
é um dos principais escritores do século XX, laureado com o Prémio Nobel da Literatura em 1947, «pela sua obra abrangente e artisticamente significativa, na qual a condição e os problemas humanos têm sido apresentados com um amor destemido pela verdade e uma percepção psicológica aguçada». Nasceu em Paris, em 1869, tendo sido educado de forma muito puritana. Revelou cedo o interesse pela literatura e, aos 22 anos, publicou o seu primeiro livro, Les Cahiers d’André Walter. Pouco depois, visitou pela primeira vez o Norte de África, onde foi surpreendido por uma liberdade que até então desconhecia, acabando por admitir a sua atracção por jovens rapazes. Ainda assim, em 1895, casou com uma prima. As tensões entre o moralismo puritano e o desejo de indulgência sensual marcaram a sua vasta e inovadora obra, que influenciou autores como Sartre ou Camus. Foi também crítico literário, tradutor e um dos fundadores da prestigiada revista literária La Nouvelle Revue Française. As Caves do Vaticano foi publicado em 1914, tendo sido proibida toda a sua obra, ao integrar o Index Librorum Prohibitorum, em 1952, um ano depois da sua morte e cinco após ter recebido o Nobel.