Este livro é dedicado aos meus pais, bem como a todos os que preservam a lembrança de quem também foi, nas suas conversas e nos seus livros, uma memorialista empática do seu tempo. E das efémeras artes de palco.
– Rui Veres
Há cem anos nasceu a minha mãe.
Por escasso tempo, ela poderia ter celebrado a data connosco, dando a sua voz inigualável, trabalhada numa gama infinita de cambiantes e silêncios, ao «Aniversário», de Álvaro de Campos, poema que perscrutou amorosamente ao longo de décadas.
Cultivou a palavra, dita e escrita, com respeito e paixão.
Observadora atenta do mundo e de si própria, Carmen Dolores criou, no teatro, no cinema, na rádio e na televisão, inúmeras e diversas personagens, fascinada pela complexidade do ser humano, enigma que procurou decifrar, com espanto e ternura.
Transformando também a sua vida numa obra de abertura aos outros, a todos nós, familiares, amigos e colegas, que tivemos o privilégio da sua compreensão afectuosa.
Este livro é dedicado aos meus pais, bem como a todos os que preservam a lembrança de quem também foi, nas suas conversas e nos seus livros, uma memorialista empática do seu tempo. E das efémeras artes de palco.
– Rui Veres