Escrevi estes contos, em 1961-62, na atmosfera de um Brasil livre, aonde me exilara em 1959; e escrevi-os sem pôr peias de nenhuma espécie a toda a amargura da vida que, em Portugal, a mim como a todos havia sido dada. […] Pelas datas fictícias que na portada de cada conto vão inscritas, a acção deles cobre um quarto de século de 1928 a 1953. E é como crónica amarga e violenta dessa era de decomposição do mundo ocidental e desse tempo de uma tirania que castrava Portugal, que […] devem ser lidos.
– Jorge de Sena
Os Grão-Capitães
O preço original era: 16,00 €.14,40 €O preço atual é: 14,40 €.
Na verdade, o «papagaio verde» foi meu, e não apenas do meu narrador; fui eu quem esteve a ponto de morrer em Penafiel; fui eu quem assistiu àquelas cenas portuenses, onde perpassa um «choro de criança», eu quem, testemunha omitida, participou do strip-tease no Bom Pastor; eu quem ouviu a conversa do quartel e observou os manejos descritos em Os Irmãos; eu quem desembarcou na Grã-Canária. Tudo aconteceu, ou terá acontecido, quase assim. Neste quase, porém, está toda a distância que vai das memórias à ficção – razão pela qual ninguém pode reconhecer-se, como eu também não, nos acontecimentos ou nas personagens.
Se a matéria de Os Grão-Capitães é directa ou indirectamente autobiográfica – com que amargura às vezes –, a estrutura que lhe é dada é inteiramente ficção.
– Jorge de Sena
Escrevi estes contos, em 1961-62, na atmosfera de um Brasil livre, aonde me exilara em 1959; e escrevi-os sem pôr peias de nenhuma espécie a toda a amargura da vida que, em Portugal, a mim como a todos havia sido dada. […] Pelas datas fictícias que na portada de cada conto vão inscritas, a acção deles cobre um quarto de século de 1928 a 1953. E é como crónica amarga e violenta dessa era de decomposição do mundo ocidental e desse tempo de uma tirania que castrava Portugal, que […] devem ser lidos.
– Jorge de Sena