Em Rótulos Atribuídos, Rótulos Assumidos, o historiador Jean‑Michel Mabeko‑Tali revela o papel instrumental das rotulações políticas, atribuídas e/ou assumidas, que justificam as motivações faccionais. Procurando ultrapassar a barreira paralisante das estatísticas macabras dos mortos do 27 de Maio de 1977, propõe bases para relançar um debate objectivo sobre o papel das identidades políticas na Angola do século xx – e o seu lugar nas memórias históricas divergentes, ilustrativas tanto da luta estilhaçada pela independência quanto das lutas pelo controlo do aparelho burocrático do partido-Estado MPLA a seguir ao 11 de Novembro de 1975.
Memórias e Identidades Políticas em Angola
Da Luta Armada Anticolonial ao 27 de Maio de 1977 (1960-1977)
Tornou-se um lugar-comum realçar o permanente estado de hostilidade entre os diferentes grupos da elite colonial angolana que estão na origem dos três movimentos de libertação. A troca de rótulos políticos teve início na formação dos movimentos nacionalistas e culminou na longa crise que levou ao 27 de Maio de 1977 – a maior tragédia da história do MPLA, cujas consequências ainda dividem a sociedade angolana.
Nito Alves é a figura que melhor encarna essa guerra de rótulos, sendo aqui analisadas as Treze Teses em Minha Defesa, seu indubitável legado político-ideológico e uma peça fundamental para radiografar as lutas internas do MPLA.
Em Rótulos Atribuídos, Rótulos Assumidos, o historiador Jean‑Michel Mabeko‑Tali revela o papel instrumental das rotulações políticas, atribuídas e/ou assumidas, que justificam as motivações faccionais. Procurando ultrapassar a barreira paralisante das estatísticas macabras dos mortos do 27 de Maio de 1977, propõe bases para relançar um debate objectivo sobre o papel das identidades políticas na Angola do século xx – e o seu lugar nas memórias históricas divergentes, ilustrativas tanto da luta estilhaçada pela independência quanto das lutas pelo controlo do aparelho burocrático do partido-Estado MPLA a seguir ao 11 de Novembro de 1975.