Autor(es): Pierre-Félix Louÿs
Manual de Civilidade para Meninas e de Uso nas Escolas é um catecismo obsceno, um livro transgressor de etiqueta sexual. T
O Manual é um livro paródico no género e impudente na linguagem. É escatológico, incestuoso, em dois ou três momentos até insustentavelmente pedófilo por critérios contemporâneos. Mas dirá o Manual só o que parece indecorosamente dizer?
Este livro contém linguagem vernácula. Alguns leitores poderão considerá-la fortemente obscena. Outros, saborosamente obscena
Manual de Civilidade para Meninas e de Uso nas Escolas é um catecismo obsceno, um livro transgressor de etiqueta sexual. Teve a primeira publicação, clandestina e anónima, em 1919, em Bruxelas. Em 1926, já depois da morte de Louÿs, há uma edição parisiense, mas só em 1954 surge uma edição com o nome do autor na capa. Na década de 50, o Manual sofre sucessivas condenações por alegado atentado ao pudor. E é nos anos 80 que, por fim, se publica livremente, sem censura, nem perseguição.
O Manual é um livro paródico no género e impudente na linguagem. É escatológico, incestuoso, em dois ou três momentos até insustentavelmente pedófilo por critérios contemporâneos. Mas dirá o Manual só o que parece indecorosamente dizer? Talvez este Manual de Civilidade diga o que diz, querendo também dizer outra coisa e talvez essa outra coisa esteja próxima da pureza, senão da transcendência.
Na sua hiperbólica regulamentação do comportamento sexual – da cozinha ao quarto, da Igreja ao museu, da cama do amante ao Senhor Presidente da República –, o Manual ataca com dor e raiva o que Pierre Louÿs entendia ser a hipocrisia amorosa e sexual que era a camuflada moral do seu tempo.