Leonel não conta a praticamente ninguém que foi virgem até muito tarde, relevando-o a M. Annaëlle, a mulher que conhecia a mão dele como a de mais ninguém. A ela, conta-lhe todas as mulheres, todos os corpos, todos os suores.
Mas será que tudo o que sabemos de Leonel caberá num único Planisfério?
Leonel não conta a praticamente ninguém que foi virgem até muito tarde, relevando-o a M. Annaëlle, a mulher que conhecia a mão dele como a de mais ninguém. A ela, conta-lhe todas as mulheres, todos os corpos, todos os suores.
Contudo, no dia do velório de Leonel, irão ser relatadas as suas memórias, mesmo que incompletas, mesmo que cheias de meias-verdades…
A realidade foi sempre para Leonel um álibi sem saída, cheia de uma felicidade pela qual se espera – como a virgindade que o cingiu por tanto tempo –, mas para a qual nunca se está preparado – Leonel sentirá isso mais do que ninguém, na pele, nos ossos, na alma, na sua virgindade.
Tal como uma imensa nuvem de pássaros rodopiantes nos céus nos dá uma sensação de liberdade, apesar do assombro que causa, também Planisfério é um romance que nos liberta, ao mesmo que nos interroga e interpela, mantendo-nos presos a um fio comprido de história que nos deixa ofegantes, a enlaçar com as pernas tudo aquilo de que nos lembramos, que nos deixa agarrados à realidade.
Mas será que tudo o que sabemos de Leonel caberá num único Planisfério?