Texto imortal do património filosófico, A Alegoria da Caverna, de Platão, decifra e expõe, pela primeira vez no Ocidente, a natureza do conhecimento e o método para o alcançar: um árduo percurso de libertação. Esta Alegoria é parte de um livro maior, A República, obra essencial do pensamento socrático escrita pelo filósofo grego por volta de 375 a. C. Esta Alegoria é precedida pela Analogia do Sol e pelo Símile da Linha Dividida, que a preparam, mas, pela sua linguagem e recursos poéticos, este texto tem autonomia própria e é por isso que agora a Guerra e Paz o lança numa edição individual neste mês de Agosto, a partir da celebrada tradução da professora Maria Helena da Rocha Pereira, gentilmente cedida pela Fundação Calouste Gulbenkian. A Alegoria da Caverna chega à rede livreira nacional no próximo dia 29 de Agosto. O livro será incluído na colecção «Livros Brancos» que se distingue pela sobriedade gráfica em tudo correspondente à singularidade da obra.
Teria Platão perto de 50 anos quando apresentou aos seus contemporâneos A República, ou Politeia, seu título grego, aquele que para muitos é o primeiro dos ensaios de teoria política da Humanidade. Mas não para o historiador e professor de filosofia escocês W. K. C. Guthrie, que defendeu que «no essencial, A República não é uma peça de teoria política, mas sim uma alegoria do espírito humano individual» e essa é a surpresa deste texto: o recurso a um imaginário alegórico rico e muitas vezes poético, «tão dramática e literária no seu propósito que roça ombros com Shakespeare», segundo outro filósofo, o norte-americano Allan Bloom.
A Guerra e Paz publica, agora, A Alegoria da Caverna numa edição autónoma, para, nas palavras do editor, Manuel S. Fonseca, «oferecer a todos os leitores, a possibilidade de leitura de um dos mais belos textos da literatura e do pensamento humano». Um texto que nos apresenta, de uma forma fascinante – como se de um romance se tratasse –, o mito fundador do pensamento: o conhecimento é um caminho de libertação, um caminho de esforço em que é necessário superar os dados imediatos dos sentidos e o senso comum.
Na obra, traduzida para português pela professora Maria Helena da Rocha Pereira, Platão coloca-nos perante uma importante reflexão: «pode alguém, depois de se libertar de correntes e algemas, pode alguém, depois de se levantar do que descobriu ser uma imobilidade atroz, pode alguém, depois de ver a luz do Sol e ter descoberto a fulgente realidade, voltar a mergulhar nas sombras esquálidas da caverna? Para Platão é essa missão ética, resgatadora, que cabe àqueles que acederam ao privilégio da libertação.» É essa a missão do filósofo: libertar.
A Alegoria da Caverna chega às livrarias de todo o país no próximo dia 29 de Agosto, numa edição Guerra e Paz que inclui notas da tradutora e uma apresentação de Manuel S. Fonseca, intitulada O Triunfo do Conhecimento.
A Alegoria da Caverna
Platão
Não-Ficção / Filosofia
72 páginas · 15×20,5 · 12,00 €
Nas livrarias a 29 de Agosto