A língua a meter-se onde é chamada

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Quando a provocam, a língua mete-se logo onde sente que é chamada. Estou a falar-vos da língua vermelhinha, corada de emoção, que se sente ofendida e responde. A língua que se converte em insulto, ou melhor, em palavrão. Eu, que sou um ser humano tremendamente cordato, de tão fascinado por essa última etapa da língua, essa espécie de fronteira, reuni as palavras mais ofensivas da nossa língua – essas mesmas que não se podem dizer, e de que nos jornais aparece só a primeira consoante – e escrevi este Pequeno Livro dos Grandes Insultos. Convido-o a ler. Vai encontrar desafios inesperados e explicações surpreendentes. E um certo estilo de humor. Bem sei que é o meu humor, mas é humor, ainda assim.

Muito mais largo foi o critérios do professor José João Almeida para criar o seu imprescindível Dicionário do Calão e de Expressões Idiomáticas. Estão aqui cerca de 3300 entradas e em vada entrada uma lição. Por exemplo, sabe como surgiu a expressão «arriar a giga»? Quantos sinónimos terá a palavra «pénis»? Não lhe juro que a sua vida mude, mas a sua imaginação vai ficar vitaminada e a sua riqueza lexical será invejada. 

Temos, hoje, nesta Feira da língua portuguesa, duas conversas à parte, que nos mostram a língua em pura vagabundagem, por diferentes paragens. Numa, só entram transmontanos de gema, na outra só caluandas, gente que viveu, vive ou sonha com Luanda. Uns e outros têm um tesouro à disposição no Dicionário de Palavras Soltas do Povo Transmontano e no Pequeno Dicionário Caluanda.

E ainda tenho de lhe falar de mais dois livros, um pequenino, outro enorme, mas ambos muito peculiares. Num, o livro pequenininho, só aparecem palavra supimpasIsso, faz dele um livro muito, mas mesmo muito elegante, naturalmente, mas também muito mais útil. Porquê? Porque no dia-a-dia, em casa, no trabalho, na escola, no transporte público, na rede social, a vida só tem a ganhar com um uso mais liberal da palavra supimpa. É o Dicionário de Palavras Supimpas, de José Alfredo Neto.

No outro, o livro grande, é uma festa de descobertas, numa viagem por terra, mares e ares ao mundo das palavras cruzadas. Não perca este Dicionário Enciclopédico das Palavras Cruzadas, que a imensa paciência e igual engenho de Mário Bernardo Matos organizou para todos nós.  

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