– Com as livrarias vazias e muitas fechadas ou a planear fechar em breve, que estratégia de venda têm para fazer face a esta crise?
Não há milagres, o livro vai sofrer e muito com esta pandemia. As estratégias alternativas de venda, como sejam as vendas online – dificultadas também pelas limitações logísticas da redução de trabalho presencial – apenas podem mitigar essa quebra. O sector do livro já sofria com o declínio do papel; agora vai passar por um perigoso cataclismo. Os pequenos editores podem ver a sua sobrevivência ameaçada.
– Estão a apostar nas vendas online, em detrimento das vendas presenciais? Ponderam baixar preços de venda ao público?
Há nos leitores que amam o livro uma percepção do sobressalto que a edição vai sentir e esses leitores têm a solidariedade suficiente para não ser o preço a afectar as vendas. Não é por aí. O que nos afecta são as limitações à circulação e os legítimos cuidados dos leitores e compradores com os contactos sociais, esse mão a mão de que o livro é símbolo e tanto precisa.
– Durante este período vão parar/suspender a produção de alguns livros?
Seria imprudente e insensato prosseguir a publicação de novos livros sem ponderar o quadro que enfrentamos, com livrarias fechadas, ruas vazias, impossibilidade de se fazer lançamentos e a atenção de todos focada obsessivamente, e com razão, num só tema, o covid19, ameaçadoramente omnipresente. Por respeito a livros e a autores há edições que têm de ser adiadas.