Pode o egoísmo ser uma virtude? Segundo Ayn Rand: sim, pode. No conjunto de ensaios A Virtude do Egoísmo, uma obra intensamente polémica que choca com o senso comum, a filósofa norte-americana mostra ao mundo o porquê de o altruísmo ser incompatível com a natureza humana, com os requisitos criativos da sobrevivência e com uma sociedade livre. São-nos ainda traçados os controversos princípios morais do Objectivismo, defendido pela autora. Desde a sua primeira publicação, em 1964, a obra foi traduzida, editada e debatida em todo o mundo, somando mais de um milhão e meio de exemplares vendidos, mas nunca foi publicada em Portugal. Falha que agora a Guerra e Paz preenche numa edição inédita, traduzida por Mariana Mata, que chegará à rede livreira nacional no próximo dia 12 de Setembro. A Virtude do Egoísmo poderá ainda ser adquirida no site da editora.
No uso popular, baseado no senso comum e na moral, o egoísmo foi, desde sempre, sinónimo de maldade, porém, na década de 1960, Ayn Rand, filósofa norte-americana de origem judaico-russa, pôs em causa esse conceito generalizado no controverso livro A Virtude do Egoísmo. «O título deste livro pode suscitar o tipo de pergunta que ouço de vez em quando: “Porque é que usa a palavra ‘egoísmo’ para denotar qualidades virtuosas de carácter, quando cria antagonismo em tantas pessoas para quem ela não tem o significado que lhe atribui?” Aos que me fazem essa pergunta, respondo: “Pela razão que vos faz ter medo dela.”»
Na base deste novo e revolucionário código está o Objectivismo, filosofia que considera a vida humana – a vida própria de um ser racional – como o motor de toda a moral. Para a autora, o significado preciso do conceito é «preocupação com os próprios interesses», pondo de parte a habitual «avaliação moral». Explica Ayn Rand que este novo conceito de egoísmo «não nos diz se a preocupação com os nossos próprios interesses é boa ou má, nem o que constitui os verdadeiros interesses do Homem», remetendo para um novo código de ética a resposta a essas questões.
Acrescenta a filósofa que a «ética do altruísmo criou a imagem do brutamontes» que, desistindo de si para apoiar outrem, o homem é «considerado moralmente superior a quem faz um esforço excruciante para atingir a sua ambição pessoal». Indo mais longe, a autora afirma que a ética do altruísmo «perpetua enormemente» a corrupção moral. «Um ditador é considerado moral, desde que as atrocidades indescritíveis tenham a intenção de beneficiar “o povo”, e não a si.»
Seis décadas depois da sua primeira publicação, A Virtude do Egoísmo continua a geral controvérsia e debate em todo o mundo, tornando-se num absoluto bestseller. É tempo desse debate chegar às mãos dos leitores portugueses numa edição inédita da Guerra e Paz, com tradução de Mariana Mata, disponível na rede livreira nacional a partir do dia 12 de Setembro.
A Virtude do Egoísmo
Ayn Rand
Não-Ficção / Filosofia
168 páginas · 15×23· 14,50 €
Nas livrarias a 12 de Setembro
Guerra e Paz, Editores