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A água é um recurso vital e insubstituível no nosso planeta, porém, ameaçado e frequentemente mal gerido pelas nossas sociedades. Estima-se que, actualmente, mais de 600 milhões de pessoas no mundo não tenham acesso a água potável, e 1,2 mil milhões a saneamento básico, flagelo que expõe desigualdades regionais, sociais e até de género. Perante este cenário, é inevitável perguntar: como é que podemos garantir que todas as pessoas têm acesso à água? Ciente deste desafio colossal para a humanidade, o geógrafo francês David Blanchon apresenta-nos o Atlas Mundial da Água: Defender e Proteger o Nosso Bem Comum. Um livro interventivo e fundamental, aponta o caminho para soluções sanitárias, ambientais e políticas que assegurem a sustentabilidade do «mercado mundial» de água e reúne mais de 100 mapas e gráficos, assinados pela cartógrafa Aurélie Boissière, que nos ajudam a traçar o retrato hidrológico do planeta. O Atlas Mundial da Água: Defender e Proteger o Nosso Bem Comum chega à rede livreira nacional no próximo dia 27 de Setembro, numa edição Guerra e Paz, com tradução de Maria Ana Matta.
A água é um bem comum cada vez mais ameaçado pela sobreexploração e poluição agrícola, industrial e urbana. Os desequilíbrios climáticos a que vamos assistindo, aliados ao racionamento de água em algumas partes do globo, levam-nos a questionar: afinal, caminhamos ou não para a escassez de água no planeta? No Atlas Mundial da Água: Defender e Proteger o Nosso Bem Comum, livro que agora é publicado em Portugal, David Blanchon é peremptório em afirmar que «não há escassez de água doce a nível mundial», acrescentando que «os problemas relacionados com este recurso resultam da sua distribuição desigual em termos espaciais e temporais. A variabilidade climática cria uma sucessão de secas e inundações, revelando a inadaptação das sociedades a estes fenómenos.»
Segundo o geógrafo francês, investigador sénior no International Research Lab iGlobes, «O 6.º Objectivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) [da ONU], definido em 2015 para o horizonte 2030, procura “garantir o acesso de todos à água e ao saneamento e assegurar uma gestão duradoura dos recursos hídricos”. É um objectivo muito ambicioso, tendo em conta que os países do Norte demoraram cerca de um século a disponibilizar o acesso universal às suas populações.»
A tarefa tornar-se ainda mais hercúlea quando percebemos que, em 2022, a apenas 8 anos do final do prazo definido, 600 milhões de pessoas ainda não têm acesso a água potável. As ameaças não se esgotam na escassez e na má distribuição da água e, segundo o autor, «1,2 mil milhões não dispõe de redes de saneamento básico», acrescentando que «pelo menos um milhão de pessoas morrem a cada ano de doenças ligadas à má qualidade da água potável; 90 % delas são crianças com menos de cinco anos».
Além das desigualdades sociais e regionais, há também discriminação de género em torno da má gestão da água no planeta. No livro, Blanchon explica, apoiado no excelente trabalho de infografia da cartógrafa Aurélie Boissière –autora dos mais de 100 mapas e gráficos que enriquecem a edição –, que, nas zonas rurais e mais desfavorecidas, com prevalência em países africanos e asiáticos, «são geralmente as mulheres e raparigas que têm de passar longas horas a ir buscar água», uma tarefa que contribuirá muitas vezes para o abandono escolar entre os elementos do género feminino e para a perpetuação da pobreza nessas regiões.
Perante estes cenários, explorados de uma forma rigorosa, mas sucinta, o autor aponta soluções para estabelecer o equilíbrio e proporcionar água, em quantidade e qualidade, para todos. «As técnicas, após milénios de melhorias, permitem hoje construir enormes barragens para regular os rios, transferir água ao longo de centenas de quilómetros, dessalgar a água marinha a um custo agora mais acessível. É por este motivo que o que actualmente distingue os Estados não é tanto o recurso bruto calculado por habitante, mas a capacidade para mobilizar este recurso.» Este é um objectivo que irá requerer um esforço financeiro considerável, e David Blanchon defende que este deverá ser suportado por «políticas tarifárias que encorajam a poupança do recurso, segundo dois princípios‑chave: “a água paga a água” e “o poluidor é o pagador”».
Um livro fundamental para compreender os desafios do nosso tempo, o Atlas Mundial da Água: Defender e Proteger o Nosso Bem Comum chega às livrarias de todo o país no próximo dia 27 de Setembro, numa edição Guerra e Paz, com tradução de Maria Ana Matta. O livro poderá ainda ser encomendado através do site oficial da editora. Este é o oitavo livro de uma colecção aclamada pelos leitores e pela crítica, que a Guerra e Paz iniciou com a publicação do Atlas Histórico de África, a que se seguiram o Atlas do Império Romano, o Atlas Histórico do Médio Oriente, o Atlas Histórico dos Estados Unidos da América, o Atlas do Holocausto, o Atlas do Antigo Egipto e o Atlas da Guerra Fria.
Atlas Mundial da Água: Defender e Proteger o Nosso Bem Comum
Texto: David Blanchon
Cartografia: Aurélie Boissière
Não-Ficção / Atlas
176 páginas · 16,8×24,3 · 20,00 €
Nas livrarias a 27 de Setembro
Guerra e Paz Editores
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