MICHEL HOUELLEBECQ

Nasceu em 1956, em Saint-Pierre, Reunião, e é um conhecido e reconhecido romancista (e também poeta), cuja obra, marcada por uma forte componente provocatória, expõe a sua visão da Humanidade e do mundo, por vezes com um humor negro frequentemente perturbante e de uma aparente misantropia. E, não obstante, uma intensa melancolia desprende-se, por vezes, das suas personagens e da sua narrativa. É o mais famoso romancista francês contemporâneo, mesmo que nem sempre o mais amado, por ser o enfant terrible da cena literária em França.
Licenciado em Engenharia Agronómica pelo Institut National Agronomique Paris-Grignon, prosseguiu os seus estudos na escola de cinema École nationale supérieure Louis Lumière e começou a trabalhar como programador no Ministério da Agricultura francês.
Depois do seu primeiro livro, que versava sobre Lovecraft, intitulado H. P. Lovecraft : Contre le monde, contre la vie, em 1991, e do seu primeiro romance, Extensão do Domínio da Luta, em 1994, tornou-se famoso com As Partículas Elementares, em 1998, ao ganhar o prémio Prix Novembre, um dos principais prémios literários de França, no mesmo ano. É autor de romances como Plataforma, A Possibilidade de Uma Ilha (Prémio Interallié), O Mapa e o Território (Prémio Goncourt), Submissão, Serotonina e Aniquilação.
Fenómeno editorial global, os seus livros foram traduzidos em todo o mundo e tiveram direito a três adaptações ao cinema, sendo o autor objecto de contratos editoriais de milhões de euros e de sucessivos escândalos mediáticos em França.
Se Houellebecq é único na literatura francesa contemporânea, isso deve-se não só ao seu extraordinário sucesso, mas também ao alcance sem paralelo da sua ambição narrativa. Os seus romances mostram-nos uma mutação metafísica ou uma mudança de paradigma, através da qual a Humanidade, tal como a conhecemos, deixa de ser o valor primordial ou o foco do nosso mundo, quando entra em conflito com um adversário na forma de uma espécie pós-humana ou neo-humana.
São polémicas as suas intervenções públicas de âmbito social e político, muitas vezes em tom profético, quebrando o convencional maniqueísmo de direita e esquerda, o que não impediu o Estado francês de lhe atribuir a Legião de Honra.
Alguns Meses na Minha Vida é um relato cândido e pungente de um episódio dramático da sua vida, que leva Houellebecq a esta confissão: «pela primeira vez na minha vida, senti‑me tratado, absolutamente, como o objecto de um documentário de vida selvagem; é‑me difícil esquecer esse momento».

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