Destruir o Fascismo Islâmico

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Este livro de combate pela razão, Destruir o Fascismo Islâmico, da franco-marroquina Zineb El Rhazoui integra também, a partir de agora, as sugestões do Plano Nacional de Leitura. É uma notícia que acolhemos com satisfação e que a sua autora e a luta que fez dela a mulher mais perseguida e ameaçada em França bem merecem. 

Deixo os nossos leitores com um excerto: 

«A França tem razão em desprezar o racismo. Paradigma de uma velha guarda que classifica a humanidade em grupos hierarquizados, sobrevive hoje sob formas mais atenuadas. As elites francesas não têm o direito de trair a nobre luta anti‑racista adoptando a forma de racismo mais perniciosa que existe: a da condescendência. O  relativismo cultural perante um fascismo que cultura alguma é obrigada a suportar é nada menos que  colaboracionismo.
Os racistas são aqueles que, no Ocidente, consagram a ideologia do fascismo islâmico como uma definição essencialista da identidade Muçulmana. São ignorantes, que nunca ouviram falar de Faraj Fouda, nem de Sayyid al‑Qimmi (45), nem de Nasr Hamed Abu‑Zayd (46), nem de Hoda Shaarawi (47), nem de centenas de outros escritores, poetas, artistas, feministas, jornalistas, nascidos muçulmanos, mas que se opuseram com força e erudição ao projecto islâmico. Estes trouxeram um olhar crítico e sem concessões sobre o Islão enquanto religião, e todos pagaram um preço alto por essa coragem que tanta falta faz aos idiotas úteis dos islamistas.
Os verdadeiros racistas são também aqueles que ouviram falar da luta de todos os laicos da cultura muçulmana,
que lá no fundo a aprovaram, mas que depois se desviaram dela a pretexto de que estas individualidades «não representam a maioria». De novo os oclocratas.
Deixar que as extremas‑direitas desenhem os contornos do debate em torno do islamismo levará fatalmente à
destruição das aquisições democráticas. Os radicais de todas as alas exploram este ponto fraco da sociedade, feita refém entre os identitários e os chorões da islamofobia. A liberdade de não ser livre não existe. Nenhuma democracia tem o direito de se desviar dos seus valores por complacência  para com os que julga serem «fracos». Os valores republicanos foram feitos para todos e recordá‑lo é reclamar a ligação indefectível entre a República e os seus filhos.
As democracias não podem esquecer que não têm de receber lições de liberdade por parte daqueles que a oprimem.
A liberdade de culto reivindicada pelos islamistas apenas será pertinente se os islamistas respeitarem a liberdade
de consciência daqueles que eles consideram membros da sua comunidade.
Para lutar eficazmente contra o terrorismo, é preciso combater sem piedade a ideologia que o produz. O acto terrorista apenas será eliminado se for considerado como uma unidade ideológica e não como um fenómeno criminoso ad hoc. Compreender que o islamismo é um fascismo permitirá estigmatizar a ideologia e não os indivíduos vindos da cultura islâmica. Para aniquilar o fascismo pós‑guerra, as democracias não só julgaram os seus crimes como também fizeram carregar o opróbrio da ideologia aos respectivos simpatizantes, proibiram a literatura nazi e todas as expressões «pacíficas» dos fascismos. Actualmente, ninguém confunde um Alemão com um nazi, nem um Italiano com um fascista. O apelo sistemático para que não se faça essa confusão de cada vez que um ataque terrorista é cometido só pode emanar da cabeça daqueles que o praticam.»           

(45) Intelectual egípcio, nascido em 1947, em Bani Suef, no Egipto, é uma das vozes contemporâneas que mais se elevam contra o islamismo e as instituições religiosas, um fervoroso defensor da laicidade, alvo de muitas acusações de apostasia e fatwas de morte.
(46) Teólogo egípcio liberal, nascido em 1943, na província de Tanta, no Egipto, foi alvo de muitas perseguições devido às suas análises do texto corânico. Acusado de apostasia em 1995, a justiça egípcia anulou o seu casamento e foi obrigado a fugir às ameaças de morte, refugiando‑se na Holanda, onde veio a falecer em 2010.
(47) Pioneira do feminismo no mundo arábico‑muçulmano (1879‑1947). Em 1923, quando regressou ao Egipto, depois de um congresso em Roma, decidiu não voltar a colocar o véu e continuar a sua actividade política no seio do movimento nacionalista egípcio de rosto e cabelos descobertos.

Zineb El Rhazoui

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