A Escolha da… Assistente Editorial

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«Amnésica e castrada. Sem memória nem ovários. Foi assim que acordei numa cama de hospital desta cidade há sete anos, assistida por uma enfermeira com um sorriso amável que me chamou por um nome que eu não sabia se era o meu: Laila.»

 

É este o mote de E então, Lembro-me, o novo romance de Catarina Costa, que acaba de chegar às livrarias e que selecciono como livro do mês de Julho – deixámos o melhor para o fim.

 

Se a ficção distópica, em geral, não me atrai, aqui deixou-me rendida até à última frase, que é também o título do livro. Laila está numa cidade sitiada, onde uma série de pessoas como ela, a quem lhes foi extorquida a memória autobiográfica, procuram, entre reminiscências, entender quem são e de onde vêm. Como as personagens, o leitor vê-se enredado numa teia de perguntas que o fazem ansiar pelo desenvolvimento da narrativa. Serão presos políticos ou criminosos de delito comum? Terão sido seleccionados arbitrariamente para uma experiência? E como é viver sem memória? Conseguirão recuperá-la? Poderá a extorsão da memória protegê-los de um abismo maior?

 

Aproveite as férias para descobrir este segundo romance de Catarina Costa. O primeiro, Periferia, venceu o Prémio Nacional de Literatura Lions de Portugal 2022 e está entre os cinco finalistas do Prémio Literário Fundação Eça de Queiroz/Fundação Millennium BCP.

 

 

Inês Figueiras

Assistente Editorial

 

 

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