Feira do Livro Angolano

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A Guerra e Paz editores tem duas faces como a lua. Uma das faces é a sua pulsão tropical. Parece uma face escondida, mas irrompe, luminosa, quando nos debruçamos ligeiramente sobre o equador. A culpa é minha, deste vosso editor. Alguém me entra pela porta da editora dentro e diz “Angola” e é como se fosse a palavra passe para a publicação.

Eu sou um complexado. Tenho o complexo de ter sido feliz, de infância, adolescência, primeira idade de homem, em Angola. Em cada livro angolano que publiquei reencontro esse gosto de vida desprendida, inocente, cheia de tempo e inconsumismo, o gosto de outro tempo, um gosto de Sambizanga, um gosto de Vila Alice, um gosto de liceu, do velho Salvador.

E então, assim, com os devagares de uns mais velhos, alfinetados pelo nervoso candengue de outros mais revus, eis que cheguei a esta lista de 27 títulos angolanos. São, em boa verdade, 27 viagens a Angola. Viagens de aventura, viagens poéticas, viagens bem políticas ou históricas, viagens de mergulho na cultura, a da tradição ou a mais coetânea.

Agora, neste tempo sem viagens, em que já começamos a marinhar paredes acima, e a olhar o chão do nosso quarto lá do tecto, eu quero convidar-vos a sairem das vossas quatro paredes e a pularem para esse mundo jovem, colorido, aromático, enérgico, cheio de abissais diferenças e tremendos conflitos. Venham a Angola, esse mundo de contradições, feridas e sonhos, nesta nossa Feira do Livro Angolano.

Há razões para olhar para estes livros? Há e digo, sem esquecer os monumentais descontos, que chegam nalguns casos a 50% do preço original, o que põe praticamente todos os preços em 10 euros.

E as razões são:

A vivíssima pluralidade ideológica.

O plural arco-íris de leituras e testemunhos sobre a História recente.

A sonora pluralidade estética, que contempla poesia, cinema, romance, máscaras e dança.

O que eu quero dizer é que nestes livros nada se esconde: dos dias trágicos da guerra da independência aos dias agitados da prisão dos revus, de um romance esplendidamente metafórico sobre a boca e o ânus de um ditador aos poetas contemporâneos que se filiam na bela tradição de um Viriato da Cruz, este é, letra a letra, o retrato de Angola em 27 livros.

Ora vejam:

FEIRA DO LIVRO ANGOLANO

Independência, História e Luta Política

Os Meu Dias da Independência, Onofre Santos

Angola AmordaçadaDomingos da Cruz

Mal Me QueremGeneral Nzau Puna

São Paulo, Prisão de LuandaCarlos Taveira (Piri)

Os Conflitos em África e a Experiência de Angola na Sua Resolução, Embaixador Mário Augusto

Cabinda, Um território em DisputaSedrick de Carvalho

E Se Angola Tivesse Proclamado a Independência em 1959?, Jonuel Gonçalves

O Fim da Extrema Esquerda em AngolaLeonor Figueiredo

Franco-AtiradoresJonuel Gonçalves

Breve História da Angola Moderna (séc. XIX-XXI)David Birmingham

 

Romances

Quem Me Dera Ser OndaManuel Rui

O Ocaso dos PirilamposAdriano Mixinge

Assim Escrevia Bento KissamaCarlos Taveira (Piri)

A Ilha de Martim VazJonuel Gonçalves

Essa Dama Bate BuéYara Monteiro

O Kaputo Camionista e EusébioManuel Rui

Lenguluka, Crónica de um Amor a Grande VelocidadeOnofre Santos

Poesia

Guardados numa Gaveta Imaginária, Tchiangui Cruz

Angola, me diz aindaJosé Luís Mendonça

Arte, Cultura, Estudos

Máscaras CokweAna Clara Guerra Marques

O Beijo da Madame KizerboAdriano Mixinge

Angola, O Nascimento de uma Nação I O Cinema do ImpérioMaria do Carmo Piçarra, Jorge António

Angola, O Nascimento de uma Nação II – O Cinema da Libertação, Maria do Carmo Piçarra, Jorge António

Angola, O Nascimento de uma Nação III- O Cinema da IndependênciaMaria do Carmo Piçarra, Jorge António

O Pequeno Dicionário CaluandaManuel S. Fonseca

Poluição do Meio Ambiente MarinhoMargarida de Almeida

A Economia Não Oficial Urbana Em LuandaManuela Venâncio

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