Graça Morais, metamorfoses

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É o segundo livro que a Guerra e Paz faz envolvendo a pintora Graça Morais. No primeiro fomos parceiros da Sociedade Portuguesa de Autores e do seu Presidente, José Jorge Letria. Agora, fomos companheiros de viagem do Museu Nacional de Arte Contemporânea, que organizou a exposição Metamorfoses da Humanidade, na qual se reúne um conjunto de mais de oito dezenas de desenhos e pinturas sobre papel, trabalhos realizados em 2018.

O livro que acompanha a exposição inclui textos de Jorge da Costa, curador da exposição e director do Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, de Emília Ferreira, directora do Museu, e das especialistas Jeanette Zwingenberger e Raquel Henriques da Silva.

O mérito e valor deste livro é, acima de tudo, da reprodução dos terrivelmente belos desenhos de Graça Morais. E, claro, do design de José Brandão, autor do grafismo. Por fim, dos textos excelentes, cuja qualidade podemos entrever nestas duas citações, princípio de viagem que propomos aos leitores da Guerra e Paz, e que pode começar com este likvro, mas deve acabar com a admirável exposição patente no Museu do Chiado.

Comecemos por ler Jorge da Costa:

«Graça Morais regressa em força à metamorfose. As suas personagens, isoladas ou em grupo, retomam formas animalescas ou mutantes. O pequeno formato de cada obra parece mesmo aproximá-las da dimensão de um enigmático álbum de retratos ou de um misterioso arquivo sobre a condição humana.

As suas pinturas e desenhos, como as personagens que os habitam, parecem conduzir-nos a uma atmosfera de expectativa e suspensão, a um enigma, lançando a dúvida de estarmos diante de uma humanidade que vive, na sua desumanização, à beira do abismo ou no alento, mesmo que incerto, da salvação.»

E agora, ponham-se os olhos nestas afirmações de Emília Ferreira, directora do Museu Nacional de Arte Contemporânea

«A arte tem a capacidade demiúrgica de dar a ver, e é isso que Graça Morais faz, retirando o véu das sugestões e mostrando a carne e os ossos das coisas. O tempo, esse grande iluminador, esclarece. Do seu trajeto, também cronologicamente significativo, a artista traz o que viu, leu, o que as suas mãos tocaram, o que a inquieta.
Da solidão humana ao mais profundo medo, à resiliência, à urgência de dar um último passo, tudo se conjuga nestes trabalhos. Reconhecemos citações artísticas: Munch, Giacometti, Kentridge. Notamos referências bíblicas. Mas não precisamos dessas autorizações para ler estas imagens, porque elas ecoam perguntas que todos fazemos.»

Um livro e uma exposição imperdíveis.

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