Guerra e Paz faz 15 anos

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A Guerra e Paz faz 15 anos

A Guerra e Paz faz sábado, dia 10 de Abril, 15 anos. É uma editora adolescente. Não quer, por isso, soprar velas, partir o bolo, nem que lhe cantem os parabéns.

A Guerra e Paz é uma adolescente estranha: gosta muito de livros. Este ano, vai publicar cerca de 80 novos títulos. E, para nunca mais se esquecer do seu 15.º aniversário, a Guerra e Paz escolheu, entre aqueles 80 títulos, cinco edições comemorativas que vão começar a chegar às livrarias já no dia 13 de Abril, continuando a sair até dia 30 de Novembro. Esses cinco livros estão ali, bem explicadinhos, na imagens abaixo.

A Guerra e Paz é, hoje, uma adolescente que julga saber o que quer. O que é, e o que quer continuar a ser, está dito, de «a» a «z», num texto que se junta e que, passeando-se pelo catálogo da editora, é também a sua solene declaração de princípios.

Aos 15 anos, estranho seria se a editora adolescente não se deixasse seduzir pelo digital. A Guerra e Paz já está a publicar, e continuará este ano a publicar, entre 25 a 50 ebooks, com distribuição nas mais importantes plataformas em todo o mundo. E, ainda este ano, a editora dará o primeiro passo na edição de audiobooks. Os ebooks e os audiobooks  são a forma de garantir a internacionalização da distribuição da editora. A adolescente vai andar, em 2021, por todo o mundo.

Parabéns? Sim, parabéns a todos os que lêem.

Quem é e o que quer a Guerra e Paz

Fundada em 10 de Abril de 2006, com o lema é preciso virar a página, a Guerra e Paz editores é uma editora generalista com um catálogo que privilegia o louvor a um património cultural de matriz universal, a que dá voz a ficção dos Clássicos Guerra e Paz, de Eça a Machado de Assis, de Padre António Vieira a Mark Twain, de Tchernichévski a Oscar Wilde, Stendhal, Flaubert ou Jane Austen.

A cara da Guerra e Paz está bem estampada, também, nestas quatro outras colecções:

– os Livros Brancos, com textos curtos, mas fulgurantes e imortais, como a Apologia de Sócrates ou a Carta do Achamento do Brasil;

– os Livros Negros, reunindo títulos malditos, proibidos, manifestos rebeldes, textos de incontida transgressão ou deliciosamente controversos, sejam ensaios ou ficção;

– os Livros Amarelos, juntando e comparando no mesmo livro textos de autores diferentes: Kipling/Twain, Pessoa/Whitman, João de Patmos/D.H. Lawrence;

– os Livros Vermelhos, com ensaios contemporâneos de história, filosofia ou sociologia, de uma heterodoxia fundada na razão e na ciência contra as novas formas inquisitoriais que põem em causa a tolerância, a diversidade e o universalismo. Vamos Ler!, de Eugénio Lisboa, é, nessa colecção, a nossa declaração de amor à leitura.

Por um particular afecto do seu editor, a publicação de livros angolanos ganhou relevância, o que faz da Guerra e Paz a mais angolana das editoras portuguesas, culminando com a edição de Entre a Lua, o Caos e o Silêncio: a Flor, monumental antologia da poesia angolana.

O estudo da língua portuguesa é outra das chávenas de chá da editora. Assim Nasceu uma Língua, de Fernando Venâncio, converteu-se, em Portugal, na Galiza, e mesmo no Brasil, num clássico instantâneo, e História do Português desde o Big Bang, integrando a história da nossa língua na história da linguagem humana, culmina a série de títulos do linguista Marco Neves na Guerra e Paz.

São várias as parcerias da Guerra e Paz. Da mais antiga, com a Sociedade Portuguesa de Autores, nasceu a colecção …o fio da memória, que preserva, com entrevistas de José Jorge Letria, o património cultural português, em livros de vida e obra de pensadores, artistas plásticos, escritores, músicos e cientistas, como é o caso de Eduardo Lourenço, Urbano Tavares Rodrigues, Lídia Jorge, Cruzeiro Seixas, Carlos Fiolhais, João Abel Manta, Álvaro Cassuto e Graça Morais, entre outros.

Os Livros CMtv, criados em 2019 em parceria com a Cofina, dão corpo a uma colecção de livros práticos e de divulgação, com Almanaques como o de Língua Portuguesa, de História de Portugal, ou a Gramática para Todos e o Dicionário do Calão.

Duas outras parcerias associam a Guerra e Paz à publicação, até 2024, de dois prémios literários: o Prémio Nacional de Literatura Lions de Portugal e o Prémio Literário UCCLA Novos Talentos, Novas Obras de Língua Portuguesa.

No seu catálogo, a editora conta com várias correspondências de Jorge de Sena, em particular a epistolografia com Sophia de Mello Breyner Andresen, Eugénio de Andrade, João Gaspar Simões e João Sarmento Pimentel.

A Guerra e Paz acolhe autores portugueses contemporâneos, novos ou mais reconhecidos. Na poesia, Eugénia de Vasconcellos, João Moita, André Osório ou Américo Brás Carlos, por exemplo. No romance, José Jorge Letria, Luís Osório, Pedro Bidarra, Dulce Garcia, João Céu e Silva, André Fontes, Carlos Taveira e António Panarra, entre outros.

No catálogo de autores internacionais, destacam-se, na ficção, obras de Sade, Boris Vian, Robert Graves, Jean d’Ormesson e Delmore Schwartz, e, nos ensaios sociológicos, políticos ou filosóficos, os títulos de Raymond Aron, Winston Churchill, Roger Scruton, Paul Johnson, John Gray e do Prémio Nobel da Economia Jean Tirole. De edição recente, obras controversas, como Woke e Teorias Cínicas, vieram reforçam o posicionamento contra o relativismo das imposições identitárias e de género assumido pela editora.

Na colecção Três Sinais, de livros de arte & luxo, destacam-se, em edições de capa dura, obras de Paula Rego e Agustina, de Fernando Pessoa e Camões, de Vasco Graça-Moura e José Saramago, de Eduardo Prado Coelho, bem como a edição especial do Físico Prodigioso, de Jorge de Sena, com ilustrações de Mariana Viana, e as edições com capa ou caixa de madeira dedicadas a Fernando Pessoa, com fotografias de Pedro Norton.

Esta é a Guerra e Paz, editora que se alinha do lado da ciência e da razão, do universalismo e da tolerância, e que procura, numa parte relevante das suas edições, reinventar o livro, criando formatos inovadores e cruzando materiais por vezes improváveis, como madeira, pano, papel de jornal, fotografias ou pintura nas suas edições. Com um grafismo ousado, que não teme a ruptura dos modelos tradicionais, algumas edições recorrem a processos artesanais, da colagem ao laser, passando pela impressão directa em madeira e pela pintura à mão das faces do miolo dos livros.

Pensamento e beleza, porque é preciso virar a página.

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