Os Meus Livros de Outubro

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“No que tange a quem anda com quem, os serviços informativos das mulheres são comprovadamente muito mais eficientes do que os dos homens.” Não obstante, é um homem, Rui de Azevedo Teixeira, que no seu tão enleante e belo O Imenso, Sereno e Doce Rio nos informa: há uma militante «comuna», controleira do PCP, assolada de «febril paixão» por um ex-comando «facho» – e ele por ela. É com este esplêndido livro, história de amor louco, de amor proibido, de cego amor impossível entre dois professores de uma faculdade de letras, a «comuna» e o «facho», que vos começo a falar dos meus livros de Outubro.

De Michel Houellebecq, de Alguns Meses na Minha Vida, já disse tudo numa prosa conspirativa anterior. Mas, depois da sórdida aventura sem amor do seu «filme porno», o que diria ele da «ardente rotina de apaixonados» de O Imenso, Sereno e Doce Rio, talvez o mais belo romance já publicado pela Guerra e Paz? (Obrigado, Rui de Azevedo Teixeira.)

Uma coisa eu sei: abençoados os leitores a que um editor, no mesmo mês, oferece o Apocalipse do amor de Houellebecq e o Génesis da paixão de O Imenso, Sereno e Doce Rio, de Teixeira.

E será que o Houellebecq e o Rui são leitores do imenso René Girard, antropólogo e um dos grandes pensadores do século XX e ainda do XXI? Em Os Livros Não se Rendem, com apoio da Fundação Manuel António da Mota, que o levará à rede nacional de bibliotecas, publico, de Girard, Aquele por Quem o Escândalo Chega. O livro é a mais perfeita introdução ao pensamento do criador do conceito de «desejo e rivalidade miméticos» com o qual Girard construiu a sua teoria da violência. E faz sentido que, a par de Girard, a Guerra e Paz publique também, Darwin na Praia – A Evolução na Toalha e na Areia, de Jean-Baptiste de Panafieu, na mesma colecção em que já se publicaram, sempre na praia, Freud e Churchill. Outra praia é a de Viana do Castelo: Jóia do Atlântico: o texto é de Cristina Baptista e o livro de grande formato, uma centena de fotografias, paginação de luxo, é uma parceria com os AP Hotels & Resorts, prova de as empresas privadas gostam de livros.

E faço um parêntesis infantil. Tragam os vossos filhos – e podem ser os vossos netos! Vamos todos dar «puns». Dos Fantásticos Irmãos Flatulentos (inventados pelo americano M.D.Whalen) publico O Ainda Mais Fedorento Grande Livro dos Puns. Científico, cheio de histórias, loucamente divertido, é um livro para aromatizar o nosso Natal. Ah, e reconhecendo que somos um grande país para «puns», o autor fixou, agora, residência em Portugal. Fim dos «puns» e do parêntesis.

Falo, por fim, de dois livros outonais. De Auschwitz com Amor, de Daniel Seymour, foi considerado um dos livros de 2022 nos EUA. O autor, impressionado com a narrativa da sua sogra, sobrevivente do campo de morte nazi, converteu em livro, de forma vibrante e tocante, a história dela e da irmã: fuga à  morte, triunfo da vida.

Vibrante, como um manifesto deve ser, é Sobressalto pela Esperança, Apelo a Maçons e a Patriotas, de Jaime Ramos. Poderá Portugal concretizar o potencial de prosperidade que tem? Que obrigações éticas têm todos os patriotas, e sobretudo todos os maçons que militam no PS e PSD, partidos de governo? Uma provocação contra o situacionismo pantanoso.

Estes são os livros de Outubro da Guerra e Paz. Mergulhamos, com Houellebecq, numa infecta peregrinação ao bas-fond do sexo, ascendemos com O Imenso, Sereno e Doce Rio, de Rui A. Teixeira, aos deliciosos tormentos de uma paixão alimentada por uma escrita que trata o sublime por tu. É de ler.

 

 

E as chancelas da Rita?

 

Olhem, na Euforia, chancela de romances contemporâneos, a escritora Eliza Clark criou uma personagem, Irina, que gosta de fotografar rapazes. Boy Parts, Partes Masculinas é um título que já antecipa o perigo: as fotografias são sempre de partes comprometedoras. Há riso e há medo. E não exactamente nas partes certas.

Na Crisântemo, a chancela dos livros práticos, a psicóloga Mafalda Correia e a advogada Marcela Almeida querem ajudar quem se divorcia e tem filhos com Divórcio Consciente, Para Aliar o Direito à Parentalidade. Ou não fosse Portugal o segundo país europeu com mais divórcios, 60 em cada 100 casamentos. Pelos vossos filhos, leiam!

A Crisântemo da Rita Fonseca tem outro miminho. Do psicólogo Helder André Matos, publica A Vida Passa Depressa, Mas Ainda Há Tempo, um livro que apresenta 17 consultas acompanhadas por uma Banda Sonora da Vida. Para quem sofre ou tem doença mental? Não, nada disso, para nós, humanos, que queremos dar sentido à vida.

 

 

 

Manuel S. Fonseca, editor

 

 

 

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