O top de Abril: livros, a ténue vida

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For Ezra Pound, Il Miglior Fabbro

 I. The Burial of the Dead
April is the cruellest month, breeding
Lilacs out of the dead land, mixing
Memory and desire, stirring
Dull roots with spring rain.
Winter kept us warm, covering
Earth in forgetful snow, feeding
A little life with dried tubers.

 

Para Ezra Pound, il miglior fabbro

I. O Enterro dos Mortos
Abril é o mais cruel dos meses, arrancando
lilases à terra morta, misturando
memória e desejo, atiçando
raízes entorpecidas com a chuva da Primavera.
O Inverno manteve-nos quentes, cobrindo
a Terra de neve desvanecida, alimentando
a ténue vida com tubérculos secos.

Nunca o mês de Abril fez tanta justiça ao começo do poderoso Waste Land, Terra Devastada, de T. S. Eliot, que me atrevi a traduzir assim, ali em cima. Foi, este nosso mês de Abril de 2020, o mais cruel dos meses, mês do nosso desconcerto e tão fundo descontentamento, deixando-nos impotentes perante a morte, o ténue fio da vida quase a despedir-se das ruas, das estradas, da nossas casas e cidades.

Aqueceu-nos, neste gélido mês de medo e de ausência, o calor dos livros. E nós, na Guerra e Paz, sentimos esse pequeno orgulho de ter ajudado. Batemos à porta dos nossos leitores e entregámos-lhes livros. É com muito gosto que vos trazemos o top 12 dos livros que os nossos leitores mais pediram no nosso site:

Moby-Dick, de Herman Melville (tradução de Maria João Madeira)
Antologia de Poesia Romena Contemporânea
Gramática Para Todos, de Marco Neves
Madame Bovary, de Gustave Flaubert (tradução de Helder Guégués)
Lord Jim, de Joseph Conrad (tradução de João Moita)
Orgulho e Preconceito, de Jane Austen (tradução de Diogo Ourique)
As Meninas, de Agustina Bessa Luis
Assim Nasceu uma Língua, de Fernando Venâncio
Correspondência 1949-1978: Jorge de Sena e Eugénio de Andrade
Correspondência 1959-1978: Jorge de Sena e João Sarmento Pimentel
Fama E Segredo na História de Portugal, de Agustina Bessa Luís
São Paulo, Prisão de Luanda, de Carlos Taveira (Piri)

A sofisticação das escolhas dos nossos leitores deixa-nos felizes. Em primeiro lugar, porque esta lista realça os grandes valores da literatura mundial, de Herman Melville a Joseph Conrad, com traduções novas em que a Guerra e Paz investiu, e da literatura portuguesa, de Agustina e Sena, passando por Eugénio de Andrade. É também uma escolha atenta aos excelentes trabalhos de dois linguistas ligados à Guerra e Paz, Fernando Venâncio e Marco Neves. E há esse sinal de atenção ao mundo, à história recente que é o caso específico do livro de prisão de Carlos Taveira. O nosso orgulho é termos publicado estes livros e tê-los no nosso catálogo.

Esta é uma bela lista: a lista com que os leitores nos mostram o que esperam da Guerra e Paz editores

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