Fez há pouco dois anos. Com esta edição de Os Maias iniciámos a publicação dos Clássicos Guerra & Paz. Temos vindo a publicar autores portugueses, de Camões a Eça, de Camilo a Raul Brandão, e autores universais, de Flaubert a Melville, de Oscar Wilde a Jane Austen. Em dois anos publicámos 26 títulos. No caso dos autores portugueses, actualizando com rigor os textos, nos casos dos autores estrangeiros, publicando-os em novas traduções, todas a partir das línguas originais.
Queremos agradecer aos leitores portugueses. A verdade é que a colecção tem sido uma bela surpresa, com resultados de vendas que permitem e nos incentivam a continuar a publicar. Há especialistas de marketing que dizem não ser de bem tom mencionar a palavra “vendas”, mas neste blog, em que pretendo manter uma relação sincera e verdadeira com os amigos da Guerra e Paz e com os leitores em geral, eu acho que devo falar e quero falar de “vendas”. O futuro dos livros está nas mãos dos leitores. É preciso que os nossos leitores vão às livrarias, que encham de vida e agitação as livrarias. Livrarias pasmadas e sorumbáticos são o caminho certo para o vazio. É preciso que uma multidão de leitores entre pelas livrarias dentro, mexa nos livros, se sente no chão se for preciso e leiam páginas e páginas e, depois, é preciso que comprem. Só comprando é que garantem que a relação normal de autor, editor, livraria e leitor se mantém nas mãos de quem tem iniciativa e ao gosto livre de quem compra.
A estes nossos Clássicos Guerra & Paz deu-lhes vida o interesse e a generosidade dos nossos leitores. Agora, publicámos mais três. Está nas livrarias o esplêndido negrume de O Coração das Trevas, de Joseph Conrad, a ironia magnífica de As Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift, a surpresa russa de O Que Fazer?, de Nikolai Tchernichévski. Gostávamos muito e precisamos que saiam das livrarias a caminho das vossas casas.