Ponto de situação: que livros angolanos tem a Guerra e Paz editora?

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E façamos um ponto de situação: que livros angolanos tem a Guerra e Paz editora?

Vejamos, além da publicação de autores com carta de condução tirada há muitos anos, e que tanto podem conduzir veículos de duas rodas, como é o caso de poemas ou contos, como veículos pesados como o romance longo, publicámos já Manuel Rui, lançando um  inédito, O Kaputo Camionista e Eusébio, e relançando, numa edição de que nos orgulhamos, o clássico e soberano Quem Me Dera Ser Onda.

Publicámos também a ficção de Jonuel Gonçalves, A Ilha de Martim Vaz, e um poeta, José Luis Mendonça, de cujo Angola, Me Diz Ainda, gostamos muito. De uma geração intermédia, publicámos, de Adriano Mixinge, um livro polémico e feroz, que ganhou o Prémio Sagrada Esperança, O Ocaso dos Pirilampos.

Mas demos também voz a uma nova geração, publicando, dois livros de duas mulheres. Um é o Guardados Numa Gaveta Imaginária, a poesia delicada e sensível de Tchiangui da Cruz, nome que vos convidamos a guardarem. O outro, um romance, é o da muito jovem Yara Monteiro, Essa Dama Bate Bué.

E lançámos agora, como acima dissemos, um romance, Assim Escrevia Bento Kissama, da autoria de Carlos Taveira (Piri), autor de nacionalidade inclassificável, por pertencer a essa diáspora provocada pela violenta repressão que em 1977 atingiu uma vasta camada de jovens esquerdistas angolanos. Para a semana sai, de Onofre dos Santos, escritor e juiz-conselheiro jubilado do Tribunal Constitucional de Angola, um romance distópico, com laivos de Blade Runnner, Lenguluka, Crónica de um Amor a Grande Velocidade, que retrata uma Lisboa partilhada por vastas comunidades lusófonas com governos autónomos.

A essas incursões ficcionais, e porque a vida do livro vai além da literatura, contemplando a informação, as memórias, a História, o debate, junta-se um esforço na publicação de ensaios, onde se incluem livros dos jovens revus, que há uns anos José Eduardo dos Santos mandou encarcerar,  Domingos da Cruz e Sedrick Carvalho, e também os ensaios de Jonuel Gonçalves, Adriano Mixinge, Leonor Figueiredo, o embaixador Mário Augusto e Margarida de Almeida, a economista Manuela Venânciao, culminando na publicação de uma Breve História de Angola, do historiador David Birmingham e, em breve, a publicação das memórias de Miguel Nzau Puna.

Este é, resumido, o esforço da Guerra e Paz na publicação de autores angolanos, o seu contributo editorial para que floresçam mil vozes e vozes geracionalmente diferentes e para que, nessa pluralidade de escritores e de gerações, uma literatura e um pensamento se afirmem.

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