Sem compradores não há bons livros

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Não se espera que ninguém vire uma crítica kalashnikov e dispare um carregador de 30 munições sobre O Vermelho e o Negro, de Stendhal. Nem mesmo o mais desalmado dos iconoclastas: mais facilmente Donald Trump dispararia, surrealisticamente, sobre a multidão da 5ª Avenida. 

O Vermelho e o Negro está acima de toda a suspeita, mas uma tradução pode matar um romance e uma má edição pode ferir de morte um leitor. É por isso que as reacções à nossa edição de O Vermelho e o Negro nos interessam tanto. E agora, no mesmo dia, nas duas mais importantes revistas de informação semanais portuguesas, a Visão e a Sábado, descobrimos que o fogo crítico se abateu sobre a nossa edição. O resultado da batalha não só não teve vítimas como faz, daquilo que conta – o livro – um herói.

Na Visão, Sílvia Souto Cunha diz que o livro é portentoso e acrescenta que este volume que agora se publica faz parte de uma colecção – os Clássicos Guerra & Paz -, que ela qualifica como “irrepreensível”.

Na Sábado, o escritor e crítico Eduardo Pitta louva esta nossa edição, afirmando que “a tradução iniciada por Rui Santana Brito, entretanto falecido, foi concluída por Helder Guégués. Um trabalho que honra a edição portuguesa.” 

Estas duas recensões criam-nos uma obrigação: a de mantermos e melhorar os padrões que os livros exigem. Aos nossos leitores criam um desafio: a de ter em casa este livro. Sem leitores e sem compradores não há bons livros. Se os leitores não comprarem os livros o que passa a haver é autores esquecidos e tomos cobertos de poeira em alfarrábios. A Guerra & Paz só quer ver este livro a aprender o caminho de sua casa.

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