Sem livros os nossos filhos morrem à fome

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Sou pai. E venho falar com todos os pais. Quero que os nossos filhos sejam os maiores génios cibernéticos, que dominem todas as novas técnicas e todos os aparelhos começados por i, que mexam o polegar como nunca na humanidade se mexeu, e saibam gerir e trocar as voltas a algoritmos. Posso dar o exemplo da minha filha? E desculpa, filha, meter-te nestes assados. Fez um curso na Faculdade de Letras. Desgraça laboral, portanto! Ora, no entanto, trabalha cá, por exclusivo mérito dela, numa empresa privada internacional onde o que faz é tudinho tecnológico, do mais simples power-point até a mais sofisticadas montagem vídeo e áudio. Ou seja, e para resumir, as humanidades não são figadais inimigas dessa galáctica onda de modernidade tecnológica. Mais, e é por isso que escrevo esta prosa, a leitura não é uma coisa retrógrada, que só vai atrasar a competitividade dos nossos meninos e meninas, ou que no mínimo é uma inutilidade de antiquário.

A leitura e o livro são – devem ser – esse suplemento que marca a diferença e aumenta a competitividade dos nossos filhos no mercado de trabalho. Porque lhes abre a mentalidade, acrescentando-lhes um património de mais de dois mil anos de emoções, porque lhes confere imaginário e lhes dá asas à imaginação.

Os nossos filhos precisam tanto de ler como precisam de proteínas. O state of the art da neurobiologia jura que a leitura é uma forma imprescindível de aprendizagem: quem não ler aprende menos, segura menos o que aprende. Não basta ouvir, não bastam os meios audiovisuais: ler livros é fundamental.

Claro que não lhe passa pela cabeça privar os seus filhos de uma alimentação completa. Ler livros é o outro prato que o amor de pai e o amor de mãe tem de lhes pôr à frente. Compre-lhes livros. O contacto físico com os livros também é um hábito. E é preciso que os livros sejam sedutores. Para os seus filhos dos 8 anos em diante, criámos uma colecção de clássicos, Os Livros Estão Loucos. Sim, são livros lindamente estapafúrdios. Contam, numa versão mais curta e actual, os grandes clássicos. E, lá dentro, são livros completamente malucos, com frases de pernas para o ar, pintados à mão, com ilustrações surpreendentes. Já publicámos quatro: Robinson Crusoé, Alice no País das Maravilhas, Romeu e Julieta, Os Três Mosqueteiros. São livros para ler. Mas mesmo que possa haver uma primeira resistência à leitura, são logo livros para ver, e bem sabemos que olhos também comem.

Este fim de semana, aqui ou numa livraria perto de si, ofereça aos seus filhos a mais saborosa e mais sofisticadas das refeições: um livro, um dos nossos livros loucos.

 

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