Ser Português

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Albino Forjaz de Sampaio foi um escritor português, que faleceu em 1949, com 65 anos de idade. Está hoje quase esquecido, mas no seu tempo publicou livros que provocaram furor e foram bestsellers, bem antes de haver bestsellers. As Palavras Cínicas foi um dos livros portugueses que mais edições teve, 46 edições até à morte do autor, apesar de ser um livro que, em oito cartas, subvertia a moral vigente, para não dizer que assassinava o amor, a família, a religião. 

É desse  e de outro livro, que a Guerra e Paz publicou também, Porque Me Orgulho De Ser Português, que o jornalista do Público, Nuno Pacheco, fala neste artigo, de que vos deixo o final, recomendando vivamente a leitura: «Dez anos passados, Forjaz de Sampaio escreveu, “à luz amiga do azeite da Pátria”, uma glorificação de Portugal no seu todo, inspirado no ufanismo brasileiro de Afonso Celso (que ele, aliás, cita no livro). Isto porque, escreve, “sobravam os livros derrotistas, sem fé nem lei, abastardantes de sentimentos altos e profícuos.” E assim, da “pátria, sempre ditosa e amada”, exalta os heróis, o povo, os costumes, tudo, com Os Lusíadas de Camões por mote e a fé inabalável em Portugal por guia. Suicídios? Ora adeus! “Quem não crê não consegue”, escreve ele. E é muito instrutivo lê-lo agora, procurando-lhe épocas e contextos. Porque nem a humanidade é tão má como ele escreveu antes, nem Portugal tão bom como ditou depois.»

Há um traço comum aos dois livros – a veemência. Quase 70 anos depois da morte do autor, essa veemência não nos deixa indiferentes.

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