Treze Anos: 13 x Guerra e Paz

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A Guerra e Paz editores faz hoje 13 anos. O nosso mundo é o mundo dos livros, o mundo do amor aos livros, o mundo do prazer do papel, do cheiro do papel, do deslumbramento com uma capa sedutora, o divertimento (claro) com uma paginação inovadora.

O mundo dos livros é, hoje, um mundo ameaçado. Em todo o mundo. Muito ou muitíssimo em Portugal. Desaparecem livrarias, os circuitos de distribuição reduzem-se, as vendas caem, a forte rotatividade dos livros em livraria faz com que os títulos se esfumem sem que ninguém os veja, a crítica literária fecha-se em tribo, a Imprensa, ela mesma em crise, retira o espaço à divulgação do livro. O mundo virtual, com gratificação instantânea e com prazeres de meio minuto, falsamente gratuitos, oferece um modelo de entretenimento de consome e deita fora que parece dispensar a leitura.

A sobrevivência do livro passa também – e muito – por cada um de nós, leitores. Se queremos que haja autores, que haja romancistas e poetas, se queremos que haja editores que os publiquem com dignidade, se queremos que haja livrarias arejadas e espaçosas, vivas, é preciso que se comprem livros. O livro, o mundo do livro precisa que à volta dele se reúnam boas intenções, que sobre ele se pronunciem excelentes e belos discursos, mas nada disso lhe serve se o oxigénio – a compra do livro pelos leitores – lhe for cortado.

Em Portugal, compramos muito poucos livros. Uma média de 1,4 livros por habitante. Em Espanha, para darmos só um exemplo, cada espanhol compra sete vezes mais livros. Só ama o livro quem compra livros. Temos de amar mais os livros. Para ganharmos todos. Para termos um país mais rico de sensibilidade, mais forte no conhecimento, mais consciente da sua identidade, diversidade e universalidade. 

A Guerra e Paz editores orgulha-se de ter, neste último ano, publicado livros de filosofia (Estudos sobre Heidegger e dois livros de Michel Serres), economia (de um Prémio Nobel, A Economia do Bem Comum), ensaio literário (sobre José Cardoso Pires), livros de vida e obra (o cientista Carlos Fiolhais, a pintora Graça Morais, o escritor Mário de Carvalho em diálogo com José Jorge Letria), livros sobre língua portuguesa (Palavras que o Português Deu ao Mundo e Dicionário de Erros Falsos, ambos de Marco Neves).

A Guerra e Paz orgulha-se de se ter aventurado no mundo da emoção poética, com um admirável livro de Eugénia de Vasconcellos (Sete Degraus sempre a Descer) e a mundivivência africana de Tchiangui Cruz (Guardados Numa Gaveta Imaginária), o lirismo sereno de Howard Altmann (Enquanto a Fina Neve Cai).

Orgulhamo-nos, enfim, das apostas no romance, em autores como Luis Rainha (Adeus.), Luís Pedro Cabral (A Cidade dos Aflitos), no tão bonito livro de Maria João Carrilho (A Solidão de Sermos Dois) ou no intrincado romance de João Nuno Azambuja (Provocadores de Naufrágios). Para não falar no intenso, poderoso e confessional “Mãe, Promete-me Que Lês“, de Luís Osório. 

Estes são apenas alguns dos títulos que publicámos, exemplo das apostas em escritores portugueses, das apostas no romance ou na poesia, ou das apostas em disciplinas que vão da filosofia à economia, passando pela sociologia. É este o nosso amor ao livro. Sem a compra dos leitores é um amor não correspondido. Andamos aqui, a amar, há treze anos: dê-nos a mão.

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