Pode um livro ser uma moeda? Retrato é um livro? Ou, cara e coroa, será que Retrato é uma moeda? Com poemas de Katia Andrade e pintura de António Bessa, Retrato é, cara e coroa, Sophia de Mello Breyner de um lado, Fernando Pessoa do outro.
Ficou tão bonita a edição que Katia Andrade pensou assim desde o início: dois pequenos livros colados costas com costas, o que faz um livro com duas capas e sem contracapa. Um livro que gira na mão do leitor como mundo gira na mão de um deus poético. Em cada um desses livros há poemas e há imagens. Os poemas são de Katia Andrade, as imagens são pintura do mestre António Bessa. Num livro, poemas e imagens afloram a delicada pele poética da Sophia, no outro chocam com a dramática heteronímia de Fernando Pessoa.
Este livro é como uma moeda: cara e cora. Mas sendo como uma moeda é igual ao planeta em que vivemos, estando em permanente movimento de rotação. Por obra e graça de Katia Andrade é um movimento de rotação delicado. Este é um livro de palavras breves, contidas, palavras que fazem da sua simplicidade emoção. Este é um livro escrito por alguém em estado de encantamento. Um encantamento que leva o verso à mais extrema depuração, um encantamento que procura na palavra a leveza, a palavra tão leve que flutue.
O livro apresenta-se sábado, dia 30 de Novembro, no Porto, às 17 horas. E apresenta-se no mais belo cenário do mundo português dos livros, a livraria Lello. Quem me dera lá estar. Com a vénia da Guerra e Paz editores à livraria Lello, este editor agradece ao mestre António Bessa o seu admirável trabalho, que são estes retratos. E a Katia Andrade devo um sincero obrigado por duas coisas que nela vêm abracadas: pelo seu amor à poesia e aos livros, pelo tempo, silêncio, mar e olhar dos seus poemas.
