A Cona de Irène

|
Categoria: Sem categoria
Partilhar:

Talvez o mais proibido dos livros, A Cona de Irène de Louis Aragon, um dos grandes nomes do surrealismo francês, foi censurado nos anos 20, 50, 60 e 80 do século xx e a sua autoria tornou-se, durante mais de meio século, num dos grandes mistérios da literatura europeia. Agora, quase um século depois da sua primeira publicação clandestina, em 1928, esta ode à sexualidade feminina e, segundo Jean-Jacques Pauvert, «um dos mais belos textos poéticos produzidos pelo surrealismo», tem uma nova edição em Portugal. A Cona de Irène chega à rede livreira nacional no próximo dia 25 de Julho, numa tradução de Isabel Ferreira da Silva, que incluí um texto de apresentação de Manuel S. Fonseca. A obra será incluída na colecção «Livros Negros», que soma qualidade literária a um pendor de controvérsia ou de escândalo.

 

Considerado por Albert Camus «o mais tocante texto erótico que algum dia li», A Cona de Irène de Louis Aragon é uma ode apaixonada ao sexo feminino, «esse lugar de delícia e de sombra, esse pátio ardente, nos seus limites nacarados, a bela imagem do pessimismo. Ó fenda, fenda húmida e doce, querido abismo vertiginoso». Um dos mais belos livros do surrealismo, em que «entre os pêlos frisados», se conta e canta «como é bela a carne», a obra tornar-se-ia, a partir de 1986 – altura em que é publicada com o epíteto «o grande romance de Aragon» –, num clássico da literatura erótica, habitado por grandes personagens, tão apaixonadas como cruéis. Mas nem sempre assim foi. Durante 58 anos, o conto viu a sua publicação ser proibida e viveu na clandestinidade, não estando os exemplares em circulação sequer assinados pelo autor ou pelo editor; não só pelo conteúdo sexualmente subversivo da obra, mas também pelas ligações do autor ao Partido Comunista francês.

Seguir-se-iam cinco décadas de turbulenta história deste livro prenhe do sulfuroso cheiro do proibido e do escândalo. Décadas repletas de «quantas histórias, a propósito deste pequeno volume, quantos rumores, quantas agitações policiais », segundo escreve Philippe Sollers. Tudo graças ao teor «erótico, exultante e triste, masoquista e feminista na instrumentalização do macho», que este «cântico dos cânticos» de Aragon apresentou ao mundo, acrescenta o prefaciador da presente edição.

Praticamente 100 anos depois, este clássico absoluto do erotismo, que foi adaptado a uma coreografia em 1999, por Toméo Vergès, é recuperado pela Guerra e Paz, numa edição incluída na colecção «Livros Negros», que soma qualidade literária a um pendor de controvérsia ou de escândalo. Uma tradução de Isabel Ferreira da Silva que inclui «Lugar de delícia e sombra», texto de apresentação de Manuel S. Fonseca, no qual o editor afirma que «se há um livro que preenche todos os requisitos para integrar os “Livros Negros”, A Cona de Irène é esse livro.» A obra estará disponível, quer na rede livreira nacional, quer no site da editora, a partir do próximo dia 25 de Julho.

 

 

A Cona de Irène

Louis Aragon

Ficção / Conto

104 páginas · 15×20· 13,00€

Nas livrarias a 25 de Julho

 

 

 

Artigos mais recentes do Blog:

Seleccione um ponto de entrega