Nasceu em 1895, em Heidelberg. Tenente na Primeira Guerra, foi condecorado por bravura. Voltou à vida militar, na Segunda Guerra, e foi capitão nas tropas ocupantes de Paris, cidade onde manteve relações próximas com figuras como Picasso e Cocteau. Estava ligado aos conjurados do atentado de Julho de 1944, contra Hitler, cujo plano conhecia. O seu livro Sobre as Falésias de Mármore é, aliás, uma extraordinária alegoria da barbárie nazi.
Walter Benjamin acusou-o de ser um executante fascista da guerra de classes, mas Jünger recusou aderir ao nacional-socialismo e demitiu-se da liga de combatentes, quando dela são afastados camaradas seus judeus. Detestava Hitler: nos Diários manifesta desprezo pelos nazis e vergonha pelas estrelas amarelas impostas aos judeus.
É um herdeiro do pessimismo de Schopenhauer, de Nietzsche e de Hölderlin. Foi um viajante insaciável, percorrendo África, Ásia e Estados Unidos, viagens que aproveitou para os seus estudos de botânica, zoologia e entomologia, mas também para as suas reflexões poéticas e filosóficas.
Após a Primeira Guerra, publicou Tempestades de Aço, «o mais belo livro de guerra que alguma vez li», afirma André Gide, nesse livro cantando, sem condescendência, a glória e a brutalidade da guerra.
A França, e em particular Mitterrand, protestou-lhe grande admiração. Recebeu o Prémio Goethe, antes de falecer em Riedlingen, aos 102 anos.