Tempestades de Aço é uma obra-prima que combina ficção e notas dos diários do autor nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial. Este livro é uma capela tão realista como perfeita, hino ao heroísmo, elegia do sofrimento no campo de batalha.
Tempestades de Aço é uma obra-prima que combina ficção e notas dos diários do autor nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial. Este livro é uma capela tão realista como perfeita, hino ao heroísmo, elegia do sofrimento no campo de batalha.
Jünger, um dos grandes nomes da literatura alemã, evoca e revive, com objectividade e sem condescendência, os aterradores combates que os soldados viveram na Frente Ocidental, de Janeiro de 1915 a Agosto de 1918.
O que distingue este dos outros livros de guerra é a sua chocante violência: a guerra surge como coisa objectiva, independente de qualquer inimizade pessoal, um território de total apagamento do ego. Esta não é uma incursão social ou política: o mergulho de Jünger é pura metafísica. Pela escrita do pensador e soldado alemão, entramos nas trincheiras, tombamos nos buracos dos morteiros, ensurdece-nos a infatigável artilharia. E, depois, a revelação: «A coisa estranha é que as avezinhas na floresta pareciam imperturbáveis pela miríade de explosões; estavam tranquilamente pousadas na ramagem despedaçada, por cima das espessas nuvens de fumo. Nos curtos intervalos do tiroteio, podíamos ouvi-las cantar alegre ou ardentemente, como se inspiradas ou até encorajadas pelo aterrador barulho de todos os lados.»