O poeta, escritor, ensaísta Eugénio Lisboa reagiu à edição Guerra e Paz de Sonetos Luxuriosos, do poeta renascentista Pietro Aretino, com um poema que aqui partilhamos:
Ler Pietro Aretino
Ler Aretino, assim, ao domingo,
depois do almoço, sem metafísica,
convoca, com muita força, o pingo,
a que obriga uma lei da física!
Pornografia, com engenho e arte,
é que nos serve o bom do Aretino:
com grande engenho, glosa o bacamarte,
mostrando como este perde o tino!
Ele não teme a rima grossa em ões,
mas não é pra rimar com trovões:
o que lhe apetece é coçá-los,
depois, com muito jeito, colocá-los
em gruta muito escusa e muito quente,
ficando, aretinamente, contente.
Eugénio Lisboa