Iluminações

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Depois de publicar Uma Temporada no Inferno, de Arthur Rimbaud, e Romanças sem Palavras, de Paul Verlaine, a Guerra e Paz Editores completa esta trilogia forjada sobre a vertiginosa relação dos dois poetas – que protagonizaram o grande escândalo literário do fim do século XIX – com a publicação de Iluminações, o derradeiro livro de Rimbaud e um dos mais belos livros de poesia da história da literatura, que derrama a música culta dos versos de Rimbaud e que, segundo Philippe Sollers, «ficará quando já ninguém se lembrar de nada». Iluminações chega à rede livreira nacional no próximo dia 14 de Junho, numa edição bilingue (português e francês) admiravelmente traduzida por João Moita, que inclui um texto de apresentação de Manuel S. Fonseca. A obra integra a colecção «Livros Negros», que soma qualidade literária a um pendor de controvérsia ou de escândalo

 

«Venha, querida grande alma, nós chamamo‑lo, nós esperamo‑lo.» Começava assim, em Setembro de 1871 – com este convite de Paul Verlaine a Arthur Rimbaud –, a relação tempestuosa dos dois poetas franceses, marcada não só pela experimentação poética, que viria a influenciar profundamente as obras de ambos, como também por fugas, entrega e abandono, ternura e violência, fidelidade e traição.

Essa funesta relação viria a terminar em 1873, em Bruxelas, quando, num reencontro e em mais uma discussão, Verlaine disparou sobre Rimbaud, ferindo-o. Não seria, porém, a última vez que os dois génios se encontrariam. Depois de cumprir pena na prisão, Verlaine encontrou Rimbaud em Estugarda, em 1875, e recebeu das mãos do enfant-terrible aquele que seria o seu último livro: Illuminations.

Não se sabe que intenção teria Rimbaud na entrega do manuscrito ao homem que com ele descera aos infernos. Queria mesmo que Verlaine o publicasse, deixando-o para a posteridade como a sua última e mais brilhante obra? Ou terá sido Verlaine a não resistir, ao perceber que se tratava de uma obra admirável?

O que se sabe é que a obra foi publicada em 1886, mostrando ao mundo a visão da vida a cores do jovem poeta mas também alguma coisa que nele estaria prestes a morrer: talvez, a adolescência e o desejo, a fúria e a rebeldia. Ao mundo que o atrai e horroriza, o poeta opõe aqui uma santíssima trindade: «a elegância, a ciência, a violência». «Há» nele, segundo Verlaine, «a alegria evidente de ser um grande poeta, tais paisagens feéricas, adoráveis amores vagos em esboço, e a mais alta ambição (conseguida) de estilo: eis o resumo que acreditamos poder ousar dar desta obra.»

Quase 140 anos depois, este clássico absoluto da poesia do século XIX é recuperado pela Guerra e Paz, numa edição bilingue (português e francês) que acrescenta o título original que Rimbaud teria dado à obra: Iluminações – coloured plates / Illuminations – coloured plates. Com uma magnífica tradução do poeta João Moita e apresentada por Manuel S. Fonseca, esta edição inclui ainda uma nota final do tradutor, na qual Moita destaca: «Todo o escritor é um místico cobarde. Em pleno êxtase, põe-se a tergiversar. – Como Rimbaud, torna-te digno da inspiração!»

Clássico absoluto da poesia do século XIX, Iluminações estará disponível, quer na rede livreira nacional quer no site da editora, a partir do próximo dia 14 de Junho, integrando a colecção «Livros Negros», que soma qualidade literária a um pendor de controvérsia ou de escândalo.

 

 

 

Iluminações – coloured plates / Illuminations – coloured plates
Arthur Rimbaud
Ficção / Poesia
176 páginas · 15×20· 14,00€
Nas livrarias a 14 de Junho
Guerra e Paz, Editores

 

 

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