O Imenso, Sereno e Doce Rio

|
Categoria: Sem categoria
Partilhar:

Depois de no ano passado ter seduzido os leitores com O Longo Braço do Passado, intenso romance que descreve um périplo de risco, sexo e morte, Rui de Azevedo Teixeira oferece-nos agora O Imenso, Sereno e Doce Rioum romance que volta a ter Paulo de Trava Lobo como protagonista e que, segundo o poeta e ensaísta Eugénio Lisboa, nos mostra «os caminhos do Amor e da Paixão, com invulgar Verdade.» E são exactamente assim, turbulentos e verdadeiros, os caminhos dos protagonistas desta obra: Paulo, o «infiel mas nunca desleal» comando «facho», e  Ana de Jesus Roriz, uma militante controleira do Partido Comunista Português. Convida-se a que o leitor os percorra também ao sabor das mais pura literatura, tão dura quanto poética. O Imenso, Sereno e Doce Rio chega à rede livreira nacional no próximo dia 24 de Outubro, numa edição Guerra e Paz editores incluída na colecção de romances contemporâneos de língua portuguesa, «Arquipélago». A obra estará ainda disponível no site da editora, onde se encontra, desde já, em pré-venda. 

 

Circe, Ulisses, Penélope?! O que leva uma militante do PCP, «penedo mental», e um antigo comando «fascista», «assassino de guerrilheiros», a apaixonarem-se? A resposta está na voz «capaz de derreter os ossos a um homem» e no «melhor cheiro (masculino) do mundo». Assim vivem, entre terramotos de cama, conversas sobre o meio literário e discussões acesas sobre o país e a política, Ana de Jesus Roriz e Paulo de Trava Lobo: os protagonistas de O Imenso, Sereno e Doce Rio, o novo romance de Rui de Azevedo Teixeira.

Nele o leitor pode esperar coçadas histórias comunistas, sempre contrapostas por Paulo com os argumentos da «transcendência vazia» do comunismo ou do «Ketman estético». Ásperas discussões que acabam sempre macias sobre os lençóis, numa manifestação de fascínio pelo «melhor inimigo», pelo dono do «defeito perfeito». Entre os Jardins do Éden e o Inferno, aos solavancos, os dois amantes vivem un amour vache por Lisboa, Alentejo e Linha.

Esta é uma paixão proibida no que à ideologia diz respeito, mas também por ser mais um dos casos extraconjugais de Paulo de Trava Lobo. Um desequilíbrio que o autor procurou em O Longo Braço do Passado, de 2022, com a anticomunista búlgara Diana Sotirova, e que aqui repete. «A infidelidade cria um desequilíbrio no normal acontecer da vida e é desse desequilíbrio que os acontecimentos se sucedem e a história surge […] Mas faço uma distinção essencial entre infidelidade e deslealdade: posso compreender, e até defender, o infiel; nunca o desleal. O meu protagonista Paulo de Trava Lobo, considera-se um «monógamo incompleto», é infiel, mas só quando está a viver longe de Iza, a sua mulher, o seu amor. Contudo, nunca lhe é desleal».

 

Apesar de também recuperar, a espaços, as memórias em ferida do antigo comando, em Moçambique, no Rio, no Porto, este livro é, segundo o editor da Guerra e Paz, Manuel S. Fonseca, «pura literatura. O prazer afrodisíaco da metáfora e da metonímia» que contrasta com o «rio tumultuoso de trama, com mil incidentes» do antecessor. Numa conversa entre autor e editor, que convertemos numa pequena entrevista (ler aqui), Rui de Azevedo Teixeira confessa-se «pacificado com o final da saga de Paulo de Trava Lobo no Portugal da segunda metade do século XX, com o Império e, ainda, a Lusofonia».

Ingredientes faltassem para uma leitura pungente, acrescentam-se reacções elogiosas de escritores portugueses. Além de Eugénio Lisboa, já citado, também Francisco Topa aplaudiu o livro. «É muito bom! A história é forte e arrebatadora, a acção está bem distribuída, as duas personagens principais têm o seu quê de enigmático e de contraditório e isso fascina o leitor.» E se António Cândido-Franco se demonstrou «entusiasmado» com a saga de Paulo de Trava Lobo, Ernesto Rodrigues sublinha a construção da personagem Ana Roriz. «Começa por ser um enigma, cria rupturas, reconvém, insiste, entrega-se, deixa emergir um monstro verde, que da inveja passa a ciúme, em voracidade totalitária. Rara na nossa ficção, desenha-se uma personagem notável, em cambiantes oscilando entre delírio e desespero.»

Uma envolvente e sofisticada história de amor, ao nível da melhor prosa deste século na nossa literatura, O Imenso, Sereno e Doce Rio, chega à rede livreira nacional, no próximo dia 24 de Outubro. Esta é uma edição Guerra e Paz incluída na colecção «Arquipélago», território de sombrias intuições e de vivos e agudos instintos.

 

 

Arquipélago 
O Imenso, Sereno e Doce Rio
Rui de Azevedo Teixeira
Ficção / Romance
184 páginas · 15×23 · 16,00 €
Nas livrarias a 24 de Outubro

 

 

 

Artigos mais recentes do Blog:

Seleccione um ponto de entrega