Rótulos Atribuídos, Rótulos Assumidos

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Revolucionários, bolcheviques, kwachas, mencheviques, maoistas, comunistas, fascistas, nitistas, reaccionários, neocolonialistas, colaboracionistas, sectaristas, fraccionistas. Tornou-se um lugar-comum realçar o permanente estado de hostilidade entre os diferentes grupos da elite colonial angolana que estão na origem dos três movimentos de libertação. Mas que papel efectivo tiveram as rotulações políticas, atribuídas e/ou assumidas, para as motivações faccionárias que conduziram ao massacre de 27 de Maio de 1977? Em Rótulos Atribuídos, Rótulos Assumidos: Memórias e Identidades Políticas em Angola – Da Luta Armada Anticolonial ao 27 de Maio de 1977 (1960-1977), Jean-Michel Mabeko-Tali, prestigiado historiador congolês e filho adoptivo de Lúcio Lara, fundador do MPLA, relança este importante debate para a história de Angola, num livro fundamental para analisar o período conturbado de 1960-1977. A obra chega à rede livreira nacional no próximo dia 26 de Setembro, numa edição Guerra e Paz. 

 

Quatro décadas depois, o golpe de Estado de 27 de Maio de 1977, que, em Angola, roubou a vida a milhares de opositores do regime de Agostinho Neto, continua ser a maior tragédia da história do MPLA e um dos temas que mais dividem a sociedade angolana. Procurando ultrapassar a barreira paralisante das estatísticas macabras dos mortos, Jean-Michel Mabeko-Tali, historiador congolês de reconhecimento internacional e professor catedrático nos EUA, partiu para a análise do fenómeno político a montante da barbárie: a troca de rótulos políticos teve início na formação dos movimentos nacionalistas.

O resultado desse trabalho exaustivo está no livro Rótulos Atribuídos, Rótulos Assumidos: Memórias e Identidades Políticas em Angola. Um documento rigoroso, mas de leitura acessível a todos, que propõe bases para relançar um debate objectivo sobre o papel das identidades políticas na Angola do século XX – e o seu lugar nas memórias históricas divergentes, ilustrativas tanto da luta estilhaçada pela independência quanto das lutas pelo controlo do aparelho burocrático do partido-Estado MPLA a seguir ao 11 de Novembro de 1975.

Entre as figuras que melhor encarnaram essa guerra de rótulos, o autor destaca Nito Alves, analisando no livro as Treze Teses em Minha Defesa, seu indubitável legado político-ideológico e uma peça fundamental para radiografar as lutas internas do MPLA. «Os debates sobre o 27 de Maio iam‑se reduzindo cada vez mais a uma contabilidade dos mortos e a pedidos de contas políticos alimentados por jogadas conjunturais no seio da própria “grande família” MPLA… Sempre me pareceu faltar algo fundamental: entender o Nito Alves ideólogo e intelectual, e não simplesmente o presumível culpado de um crime político de lesa‑majestade.»

Um documento essencial para todos quantos se interessam pela história e política angolanas, Rótulos Atribuídos, Rótulos Assumidos: Memórias e Identidades Políticas em Angola chega à rede livreira nacional no próximo dia 26 de Setembro, numa edição Guerra e Paz que inclui um índice remissivo, muito útil para consultas direccionadas, sobretudo sobre grandes figuras da história recente de Angola.

 

 

 

Rótulos Atribuídos, Rótulos Assumidos: Memórias e Identidades Políticas em Angola – Da Luta Armada Anticolonial ao 27 de Maio de 1977 (1960-1977)
Jean-Michel Mabeko Tali
Não-Ficção /História
336  páginas · 15×23 · 17,50 €
Nas livrarias a 26 de Setembro
Guerra e Paz, Editores

 

 

 

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