O que diriam Oscar Wilde e Mark Twain sobre as fake news?

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Essencial, belo e necessário à vida humana e à arte, o acto de mentir foi analisado e defendido por Mark Twain, em A Decadência da Arte de Mentir, e por Oscar Wilde, em A Decadência da Mentira: Uma Reflexão, sob dois pontos de vista diferentes. Dois ensaios inteligentes e irreverentes escritos por dois autores maiores da literatura universal e que agora são publicados pela Guerra e Paz, numa edição Livros Amarelos, que, qual paparazzo, realça a relação clandestina e comprometedora que existe entre estes dois textos. A Decadência da Arte de Mentir / A Decadência da Mentira: Uma Reflexão chega à rede livreira nacional no próximo dia 3 de Maio, numa tradução de Sónia Graça, que conta com apresentação e notas biográficas de Manuel S. Fonseca. A obra poderá ainda ser adquirida no site da editora. 

Em 1882, Mark Twain afirmou no ensaio A Decadência da Arte de Mentir que o acto de «mentir é uma necessidade das nossas circunstâncias.» Uma «virtude» essencial à ética humana que lamentou, com repugnância, estar, no seu tempo, «tão prostituída», por ser servida com ignorância e com desleixo. «Nenhuma virtude pode alcançar a sua maior utilidade se não for cuidadosa e diligentemente cultivada – portanto, é óbvio que devia ser ensinada nas escolas públicas – e até nos jornais.»

Nove anos depois, o não menos genial escritor irlandês Oscar Wilde viria a publicar A Decadência da Mentira: Uma Reflexão, ensaio no qual o autor se insurge contra a verdade, preservando a imaginação. Os hábitos de exactidão, afirma, são fatais: «desenvolvem uma mórbida e pouco saudável capacidade de contar a verdade». Para Wilde, os factos são um ingrediente alheio e inimigo da arte e mentir em arte é a perfeita demonstração de que a «única forma de mentir que é absolutamente irrepreensível é mentir pelo prazer de mentir».

Agora, as duas teses são reunidas, pela Guerra e Paz, numa só edição, em que Mark Twain e Oscar Wilde são os subversivos anfitriões de um louvor e de um lamento. Ambos louvam a mentira, que elevam ao estatuto de arte; ambos lamentam a decadência a que a mentira vinha, no seu tempo, o final do século xix, a ser reduzida. Mas será a mesma a mentira exaltada por Mark Twain e Oscar Wilde nos seus ensaios? A mentira caridosa e essencial para fazer o bem, de Twain, poderá ser geminada com a mentira transbordante de imaginação, criadora de beleza e de novos mundos, de Wilde? O que diriam Twain e Wilde, se fossem nossos contemporâneos, das mentiras dos nossos dias? O que chamariam às nossas fake news? As questões somam-se, contudo, só a leitura e a análise crítica deste Livro Amarelo poderão esclarecê-las. Ou não?

A Decadência da Arte de Mentir / A Decadência da Mentira: Uma Reflexão chega à rede livreira nacional no próximo dia 3 de Maio, numa tradução de Sónia Graça, e que, além dos textos originais, conta com uma biografia de cada um dos escritores e com um texto de Manuel S. Fonseca, que nos apresenta a ligação entre os ensaios de Twain e de Wilde. Esta é uma edição Livros Amarelos, colecção que se assume como o paparazzo da história da literatura e do pensamento. Porque os textos falam e relacionam-se clandestinamente uns com os outros.

 

Livros Amarelos

A Decadência da Arte de Mentir / A Decadência da Mentira: Uma Reflexão

Mark Twain / Oscar Wilde

Não-Ficção / Crítica Literária

144 páginas · 15×20,5 · 14 €

Nas livrarias a 3 de Maio

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