Um ensaio chocante e salutar, A Religião Woke, do especialista francês em epistemologia histórica e metodologia da história das ciências, Jean-François Braunstein, esclarece a origem, motivação e finalidade do movimento de fractura social e política que está a marcar a agenda mediática dos nossos dias: a cultura woke. No livro, que agora chega a Portugal com a chancela da Guerra e Paz, Braunstein afirma, apoiado em teses, conferências e ensaios, que o movimento não é, ao contrário do que se pensa, do foro da racionalidade política, mas do foro religioso. Esta é, acrescenta, uma «religião sem perdão» que tem como destruir a liberdade em nome da «justiça social». Um livro essencial para debater e combater o pensamento único, A Religião Woke chega à rede livreira nacional a partir do próximo dia 26 de Setembro, numa tradução de Ana Pinto Mendes que integra a colecção «Os Livros Não se Rendem».
Uma onda de loucura e intolerância está a varrer o mundo ocidental. O movimento woke está a «desconstruir» todo o património cultural e científico, impondo uma censura social, comummente intitulada «cancelamento», e policiando a linguagem e as opiniões dissonantes com o objectivo de instaurar uma ditadura em nome do «bem» e da «justiça social». Mas de onde veio este movimento do «despertar» social que está a varrer tudo à sua passagem?
Segundo o historiador do pensamento Jean-François Braunstein, o movimento woke configura «a primeira religião nascida nas universidades», propagada por académicos, intitulados «guerreiros da justiça social». E porquê uma religião? Tendo tomado de empréstimo um termo da cultura popular negra dos Estados Unidos da América, este movimento, muitas vezes erradamente associada a uma importação da French Theory, baseia-se numa premissa: «a razão deve, em dado momento, abrir espaço à fé para compreender as verdades mais profundas». Ou seja, para o autor, o que faz do wokismo uma religião é o «acreditar no absurdo». Talvez o maior deles seja a «epistemologia do ponto de vista», que «defende que todo o conhecimento é «situado» e que não existe ciência objectiva, nem mesmo as ciências exactas.»
Entre os dogmas, no mínimo inauditos, que o wokismo tem propagandeado em nome da luta contra a discriminação está a «teoria de género», que «professa que o sexo e o corpo não existem e que a consciência é que importa.» É essa, na opinião de Braunstein, o âmago da ideologia woke. «A primeira descoberta que abre a via a todos os assaltos à ciência, contra a verdade e contra a própria realidade». Todas as outras teorias são acessórias. Mesmo a da «crítica da raça», que defende que «todos os brancos são racistas, mas que nenhuma pessoa “racializada” o é.»
Analisando os perigos actuais e futuros desta «religião sem perdão, contra o universalismo e a ciência» que promove guerras culturais, o autor acrescenta ainda a forma como podemos combater esta ameaça à liberdade e à democracia. «Para resistir aos wokes, seria simplesmente preciso um mínimo de coragem, a de ousar erguer-se contra as suas propostas aberrantes ou abjectas, “dizer simplesmente não”.»
Uma edição Guerra e Paz, apoiada pela Fundação Manuel António da Mota, a Mota Gestão e Participações e a mediadora de seguros Novus Tempus, A Religião Woke chega à rede livreira nacional, no próximo dia 26 de Setembro, numa tradução de Ana Pinto Mendes, com o selo «Os Livros Não se Rendem».
Recentemente inaugurada por duas traduções inéditas, de O Crisântemo e a Espada: Padrões da Cultura Japonesa, de Ruth Benedict, e Os Últimos Dias de Hitler, de Hugh Trevor-Roper, conta já com Arrogância Fatal – Os Erros do Socialismo, de Friedrich A. Hayek, Esperança e Medo – Dois Conceitos de Liberdade, e A Busca do Ideal: História das Ideias, de Isaiah Berlin, A Destruição do Espírito Americano, de Allan Bloom, A Pluralidade dos Mundos, de Thomas S. Kuhn, e Tempestades de Aço, de Ernst Jünger, a colecção que tem como um dos pontos de honra a oferta de 300 exemplares de cada um dos títulos publicados à rede pública de bibliotecas.
Esta colecção tem o alto patrocínio de:
Jean-François Braunstein
Não-Ficção / Ciências Sociais
184 páginas · 15×23· 16 €
Nas livrarias a 26 de Setembro